O secretário de Transportes de São Paulo e ex-deputado federal por Goiás Alexandre Baldy foi o destaque de uma conferência realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, na semana passada, para discutir políticas para redução da mortalidade no trânsito mundo afora. Além de administrar a maior rede de transporte coletivo da América Latina, Baldy foi ministro das Cidades (2017-2018) e coordenava a implantação de políticas de mobilidade.
A linha central da sua apresentação foi o plano esboçado pelo governo federal para reduzir em 50% as ocorrências fatais no trânsito no período entre 2011 e 2020 – em conformidade com tratados internacionais. Baldy lembrou que mais de 90% dos acidentes são causados por falha humana, e por isso a necessidade de se investir em conscientização. Mas, em paralelo, disse que concentrou esforços na modernização de um sistema de geração de estatísticas de trânsito e em obras físicas.
“Esse plano foi o primeiro movimento efetivo desde que o Brasil assumiu o compromisso de redução de acidentes no trânsito e é a primeira vez que são estabelecidos objetivos estratégicos e metas a serem alcançadas de forma clara e documentada, envolvendo os 27 Estados brasileiros”, disse Baldy.
SÃO PAULO
Responsável por gerenciar um orçamento de R$ 30 bilhões até 2022 como secretário de Transportes de SP, o goiano apresentou as linhas gerais de um projeto que reúne nada menos do que nove secretarias do governo paulista – Transportes de passageiros e carga, segurança pública, saúde, educação, Desenvolvimento Regional e Econômico e Direitos da Pessoas com Deficiência – em um esforço conjugado para dirimir a mortalidade no trânsito.
Um dos braços mais importantes é o de parcerias com as prefeituras. “Considerando que parte dos acidentes acontecem em vias sob jurisdição do municípios, o programa previu uma grande ação de apoio do Governo do Estado aos municípios, por meio da assinatura de convênios: R$ 200 milhões serão transformados em intervenções de engenharia, educação de trânsito e fiscalização, com foco na segurança viária”, disse Baldy.
O programa já beneficia 304 cidades, que abrigam 96% da população do Estado. Nelas acontecem 90% dos óbitos causados por acidentes. Atualmente, estão em andamento mais de 8.500 intervenções de engenharia, como a instalação de lombofaixas, adequação de acessos e rotatórias e nova sinalização, além de ações de educação para o trânsito e fiscalização.
O mais interessante, frisa o secretário, é que este investimento não pesará nos cofres do Estado. O valor é proveniente das multas de trânsito.