Os ataques contra jornalistas e veículos do Grupo Jaime Câmara, na manifestação da noite desta segunda-feira em Goiânia, estão sendo tratados – pelo menos pelos noticiosos da TV Anhanguera – como meros atos de vandalismo.
No Bom Dia Goiás e no Jornal Anhanguera 1ª Edição, os apresentadores e os repórteres que falaram nas matérias se esforçaram para caracterizar a ação como “baderna” e “arruaça”, chegando mesmo a afirmar que os envolvidos nessas ações não passavam de 8 a 10 “vândalos”.
Não é verdade.
Teve muito mais manifestantes envolvidos.
E não são atos isolados, porque um dos principais alvos dos protestos de rua, não só em Goiânia, como em todo o Brasil, é a grande imprensa – da qual, em Goiás, os veículos do Grupo Jaime Câmara são os maiores símbolos.
A depredação de veículos do GJC precisa ser entendida como um sinal de insatisfação popular com a linha editorial dos veículos da empresa- outras emissoras de TV também são alvo das manifestações em Goiânia.
Para minimizar os ataques, a TV Anhanguera criou até uma separação: tem manifestantes do bem e manifestantes do mal. Quem atacou os veículos, obviamente, teriam sido os do mal.
Antes, só havia “manifestantes”.
Eles, os jornalistas, repetem incansavelmente que um “pequeno grupo” foi o responsável pela depredação dos veículos do GJC (apareceram agora imagens também de um caminhão da empresa sendo atacado por manifestantes ou “vândalos”, conforme esclareceu a apresentadora Lilian Lynch).
Veja a cena no link:
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