É constrangedor o silêncio do tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) a respeito da presença do presidente da entidade, Lúcio Flávio de Paiva, na banca de defesa da empresa italiana Enel, acusada de investir menos do que deveria – contratualmente falando – na distribuição de energia no Estado.
Lúcio não só se transformou numa espécie de guarda-costas do presidente da Enel, Abel Rochinha, como assume ele próprio o papel de depor em favor da empresa em ocasiões específicas, como no caso da CPI da Enel, na Assembleia Legislativa. Imagine só quanto ele ganha para se expor desse jeito.
Há décadas discute-se qual deve ser o papel do presidente da OAB neste período pós-democratização. Em que pese o haver o entendimento geral de que a OAB precisa defender o interesse da sociedade, todos os presidentes da seccional goiana usaram o cargo para lucrar e nada mais. Lúcio Flávio foi só mais um.