Os primeiros oito meses de Ronaldo Caiado como governador são decepcionantes. Até mesmo os caidistas mais apaixonados reconhecem, ainda em OFF, que a gestão está abaixo do que prometeu. Ainda tomado pelo ódio que nutre por ex-governadores, Caiado lidera uma administração rancorosa, em que a única agenda vigente é falar mal de governos passados e propagar que antes havia corrupção, sem apresentar provas. Nesta quinta-feira, na Romaria de Muquém, Caiado subiu ao altar e fez um discurso longo, cansativo e clamou aos fiéis e padres ajuda para acabar com a corrupção; só não disse onde e quando.
No governo dele, há poucas semanas, toda a diretoria da Codego foi trocado depois que um escândalo estourou no órgão. Caiado ainda não deu um pio sobre o assunto. Nos corredores da Assembleia e dos tribunais (TJ, TCM e TCE), a conversa é uma só: Caiado está perdido, não tem as rédeas do governo e ainda deixou que a primeira-dama Gracinha aflorasse como governadora postiça.
Gracinha apita em tudo. Participa de reunião, dá bronca em deputado, barra nomeação, emplaca parecentes em cargos comissionados e até lidera programas de governo. Uma usurpação de poder nunca antes vista no Estado; talvez no País. Lembrando que “cargo” de primeira-dama é apenas simbólica, sem nenhuma função administrativa oficial.
Quando Caiado resolver botar o dedo e ser gestor, errou! A rede Vapt Vupt virou um caos. O atendimento rápido não existe mais, as filas viraram cenário do dia a dia e a reclamação é constante por parte dos usuários. Na Educação, Caiado e sua secretária fecharam escolas, demitiram servidores e estão prestes a acabar com o EJA.
Os primeiros oito meses mostram um Caiado reticente, de olhar distante e com um sorriso artificial. Governar não é tão fácil como ele imaginara. Vale um trocadilho com rapadura, que ele comeu hoje em Muquém: “é doce, mas não é mole”.