Os ataques descabelados do governador Ronaldo Caiado (DEM) ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB) desde o dia 15 de agosto têm explicação em discursos feitos por deputados do PSDB na tribuna da Assembleia nos dias 13 e 14, criticando a interferência da primeira-dama do Estado, Gracinha Caiado, em assuntos do governo.
Em que pese o tom agressivo das declarações de Caiado – que atingiram a família de Marconi, as críticas dos parlamentares foram respeitosas e trataram apenas da ingerência de Gracinha no Estado. Gracinha nunca teve um voto e, queira o governador ou não, não tem legitimidade para coordenar reuniões com o secretariado e superintendentes.
A partir do momento em que Gracinha interfere no andamento de políticas públicas, ela deixa de ser a esposa de Caiado e passa a ser parte integrante do governo. Portanto, não existe ataque à família do governador. O Estado administra dinheiro de todos e, por isso, todos têm o direito de cobrar, reclamar e ponderar. O chilique é injustificado.
O mesmo comportamento condenável de Gracinha está tendo a filha de Caiado, Anna Vitória. Na semana passada, o Sindifisco foi ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira pedir que fosse derrubado o decreto que ampliava o acesso do governo a dados de empresas devedoras. Foi recebido por Anna Vitória, que não ocupa cargo nenhum e nunca recebeu um voto para falar em nome da gestão. É ingerência indevida, sim.