Ouvido pela revista ISTOÉ, o deputado Talles Barreto, líder do PSDB na Assembleia, disse que que Caiado criou um clima de terrorismo à imprensa em Goiás.
“A única preocupação do governador é perseguir quem ele acredita ter ligações com Perillo. Caiado passa os dias olhando pelo retrovisor, pedindo investigações contra o governo anterior, mas nada faz para melhorar a vida da população”, assinalou Barreto.
Ao mesmo tempo em que “cria um clima de terrorismo à imprensa” e persegue os adversários, o governador oferece benesses aos amigos e familiares. Nomeou, sobretudo, tios e primos para cargos públicos, como é o caso de Ênio Caiado, colocado na presidência da Goinfra, e Aderbal Caiado, como diretor da mesma estatal.
Apesar de dizer que adotaria a nova política, Caiado loteou cargos públicos para os deputados que compõem sua base na Assembleia. Isso ficou claro quando cinco parlamentares, entre eles Humberto Teófilo (PSL) e Eduardo Prado (PV), votaram contra seus projetos de Previdência estadual e o estatuto do funcionalismo. O governador demitiu todos os 90 funcionários indicados por esses deputados para cargos públicos, como parte da barganha pelo apoio parlamentar.
De acordo com deputados ouvidos por ISTOÉ, Caiado está tomando medidas para desmontar os programas sociais deixados pelo PSDB, que governou o estado nos últimos 20 anos. Entre outras coisas, acabou com o programa de renda cidadã, que complementava os rendimentos de 90 mil famílias do Bolsa-Família, e suspendeu o cheque-moradia, que subsidiava os participantes do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, concedendo-lhes casas totalmente quitadas.
“Nós pegamos o estado com um PIB de R$ 17 bilhões em 1998 e deixamos o governo em 2018 com o PIB em R$ 240 bilhões, mas Caiado quer nos fazer retroceder apenas para impor a força de seu papel de coronel no estado”, disse Barreto.