O prefeito de Pirenópolis, João do Léo (DEM), disse ao Jornal Opção que não há clima para a abertura da cidade histórica ao turismo neste momento. Ele afirma que o índice de contaminação em Goiás está muito alto para tomar uma decisão que pode afetar drasticamente a Saúde do município.
Um documento, elaborado por empresas do ramo, foi encaminhado ao prefeito solicitando a reabertura das atividades para o dia 1º de julho. Além dos hotéis e pousadas, os empresários também solicitam a retomada dos bares e restaurantes.
Sem data
João do Léo, no entanto, diz que o momento requer cuidado. Seguindo o modelo adotado para outras atividades em funcionamento no município, o chefe do executivo pirenopolino quer um treinamento rigoroso e cheio de protocolos para se evitar o espalhamento da Covid-19 nos moradores da cidade.
“Como posso falar em uma data se o cenário em Goiás é tenebroso. O risco é muito grande para uma cidade que não tem nenhum leito de UTI [Unidade de Tratamento Intensivo], como é o caso de Pirenópolis?!”, indaga o prefeito. “Por isso estamos realizando um treinamento mais cuidadoso, pois o segmento assim o exige”, aponta.
Até as últimas semanas de maio, havia a intenção de abertura gradual, prevista inicialmente para junho, dos bares e restaurantes primeiro, sem a presença de turistas. A partir daí, a prefeitura avaliaria sobre a retomada do turismo e atrativos de Pirenópolis para julho. No entanto, o cenário mudou.
Receio
Boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) nesta segunda-feira, 15, mostra que em um mês os casos de Covid-19 em Goiás aumentou 500%. Rio Verde despontou como a segunda cidade do estado com maior número de pacientes com o coronavírus. O município havia retomado toda a atividade comercial, incluindo shoppings centers e camelódromo.
Embora não digam expressamente, mas o exemplo de Rio Verde marcou o imaginário dos prefeitos.
A pressão dos comerciantes quer datas. Eles falam em demissões em massa e falências. João do Léo pondera que também quer a reabertura, mas não pode colocar em risco a população pirenopolina.
“Somos muito gratos aos empresários, pois trazem desenvolvimento, mas grande parte mora em Goiânia e Brasília. Colocam o dinheiro no bolso e se vão. Não precisam enfrentar a fila do SUS. Não posso deixar a população de um município desamparada, sem um único leito de UTI.”