Goianésia completa nesta quarta-feira (24) 67 anos de emancipação política. Historicamente, a data é comemorada com um cronograma vasto de inaugurações, lançamentos de obras e grandes eventos. Porém, neste ano a tradição está sendo quebrada pelo prefeito da cidade, Renato de Castro. Sem qualquer tipo de festividade, sobram motivos para lamentar no lugar de comemorar.
Promessas da campanha de 2016, na qual o atual prefeito foi eleito, ainda são cobradas e questionadas pela população. Creche Noturna, ar condicionado em todas as salas de aula da rede municipal de ensino, entrega de um anexo de atenção à saúde da mulher no Hospital Municipal, entrega de 500 lotes para construção de casas e inauguração do Parque Negrinho Carrilho são algumas das diversas promessas não cumpridas a pouco mais de cinco meses antes do fim da gestão.
A pandemia de covid-19 justificaria a inércia da prefeitura, porém outras prefeituras goianas estão usando a tecnologia como alternativa para continuar os serviços em prol da população. Algumas cidades realizam inaugurações por meio de videoconferência e até mesmo programações de forma online para gerar entretenimento durante o período de isolamento social. Medidas que não são possíveis fazer em Goianésia, já que a atual gestão não conta com serviços para prestar contas.
Nenhuma creche ou escola foi construída, nenhum posto de saúde aberto, faltam leitos de UTI e sobram buracos nas ruas.
Por conta das indústrias do setor sucroalcolero, Goianésia sempre foi referência na geração de empregos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Porém a cidade poderia estar ainda melhor no levantamento. Na atual gestão, uma fábrica chinesa de montagens de carros chegou a ser inaugurada na cidade com a promessa de geração de cerca de 700 empregos diretos e um investimento inicial de R$ 150 milhões. Após a inauguração, em 2018, não se tem notícias de uma única pessoa da cidade contratada para trabalhar na empresa nem de um único veículo montado no local.
Atualmente, a cidade sente as consequências pela falta de investimentos na saúde. Goianésia já conta com 4 óbitos causados pelo coronavírus. A cidade já chegou a ocupar o topo das cidades, proporcionalmente, com o maior número de infectados pela doença, segundo levantamentos na UFG. O município conta com duas importantes obras da área da saúde – a Unidade Estadual de Saúde Especializada – USE – e o Centro de Referência e Excelência em Dependência Química – Credeq. Tanto a USE como o Credeq foram inaugurados em 2018, porém o atual prefeito nunca teve força política para colocar as estruturas para funcionar. As obras, que tiveram investimentos na ordem R$ 12 milhões, se tornaram elefantes brancos em época de pandemia.