A Arisco, empresa fundada pelo pai de Júnior, João Alves de Queiroz, começou com no fundo de quintal, com temperos vendidos em “copinhos”, em mercearias de Goiânia. Depois, alavancada pelo Fomentar, a partir de 1984, a empresa se tornou uma potência, com negócios em todo o país. O sucesso levou uma multinacional a comprá-la.
Com milhões de reais no bolso, sem dívidas, o potentado do herdeiro João Alves de Queiroz Filho, o Júnior da Arisco, poderia ter se mudado para Miami ou para a Europa, como faz parte da elite bilionária brasileira, mas optou por abrir novos negócios, notadamente Hypera Pharma, que tem no mercado marcas como Vitasay, Adocyl, Finn, Engov, Benegrip, Epocler, Buscopan e dezenas de outros produtos.
Júnior Queiroz e executivos do grupo acabaram por se enrolar com políticos e negócios considerados escusos pelo Ministério Público Federal. Tanto que, em acordo de delação premiada, o bilionário terá de devolver mais de 1 bilhão de reais ao Erário (ele figura na lista dos homens mais ricos do Brasil).
Na segunda-feira, 17, a Procuradoria Geral da República (PGR) enviou quatro acordos de delação premiada, feitos por executivos da Hypermarcas, ao Supremo Tribunal Federal, que terá de homologá-los. “As tratativas envolvem a multa mais alta da história da PGR, aplicada a um único delator, no valor de 1 bilhão de reais”, conta a repórter Bela Megale, de “O Globo”.
Júnior Queiroz é o empresário autuado, um dos acionistas-controladores do grupo Hypera Pharma. “Além do 1 bilhão de reais aplicado ao empresário, outros 95 milhões em multa terão de ser pagas, conforme delações assinadas com outros três ex-executivos do grupo”, relata Bela Megale.
O acordo tem de ser validado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Porque o magistrado “já conduz outras ações na Corte relacionadas às informações reveladas”, informa Bela Megale.
“O Globo” ressalta que “o valor do pacote das quatro delações supera a multa de 1 bilhão acordada pelo Ministério Público Federal do Rio com o ‘doleiro dos doleiros’ Dario Messer, em seu acordo de delação divulgado na semana passada. Outra diferença em relação ao acordo de Messer é que, enquanto boa parte de sua multa será paga em bens, na negociação com a antiga Hypermarcas os pagamentos serão feitos em dinheiro. O valor será dividido em várias parcelas”.
Todos os que fizeram o acordo, inclusive Júnior Queiroz, terão de cumprir prisão domiciliar.
Em Goiás, a família Júnior Queiroz é dona da TV Serra Dourada, que apresenta o “Jornal do Meio-Dia”, que, por sinal, não deu a notícia.
Com informações de O Globo e Jornal Opção