Pelo MDB, a figura mais destacada foi o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que alguns já chamam de “Gustavo Avião” e até de “Gustavo 5G”.
Gustavo Mendanha aproximou-se do governador Ronaldo Caiado e passaram a dialogar. Num primeiro momento, o tema Prefeitura de Goiânia nem estava em voga. Falava-se mais de questões administrativas. O prefeito não tergiversa e admite que o gestor estadual tem uma posição republicana no trato das questões administrativas.
As conversas foram se tornando mais intensas e Gustavo Mendanha e Ronaldo Caiado começaram a falar sobre política, notadamente sobre a eleição municipal, mas também sobre a disputa em 2022.
A partir de certo momento, os dois lados perceberam que seria possível uma aliança para 2022 que começaria pelo pleito de 2020, com o possível apoio de Ronaldo Caiado à candidatura de Maguito Vilela a prefeito de Goiânia.
O que realmente faltou para Ronaldo Caiado bancar Maguito Vilela para prefeito de Goiânia? Dois motivos. Primeiro, faltou a Maguito Vilela o aval do prefeito de Goiânia, Iris Rezende. Não houve veto algum. O que faltou foi um aval empenhado. Gustavo Mendanha é um jovem valor, mas ainda não tem ascendência sobre Maguito Vilela e Daniel Vilela, o presidente do MDB. Portanto, não tinha como ser avalista de acordos de grandes dimensões. De qualquer modo, o prefeito de Aparecida se tornou um player vitorioso, porque conseguiu articular, e bem, fora de sua cidade. Ele não é mais um garoto da província. Ganhou estatura.
O segundo nome é o deputado estadual Lissauer Vieira, do PSB, presidente da Assembleia Legislativa e líder político oriundo de Rio Verde, a cidade mais próspera do Sudoeste goiano. Ele, assim como Marcos Cabral, foi um dos articuladores do lado do governador Ronaldo Caiado. Participou do diálogo com o senador Vanderlan Cardoso, apresentando a posição do governador, como a exigência de apoio à sua reeleição em 2022.
Quem ouviu Lissauer Vieira ficou com a impressão de que é um interlocutor sério, posicionado e firme. Não tergiversou nas conversações, sempre apresentando as posições do lado que representava com o máximo de clareza e sem ilusões. “Com ele, não há conversa miúda, fantasia”, afirma um deputado. “É agregador e é pragmático.” Pode-se dizer que já pertence ao grupo político que Ronaldo Caiado está formatando ou reformatando — e que agora inclui Vanderlan Cardoso.
Assim como Gustavo Mendanha, Lissauer Vieira saltou o Rio Meia Ponte, se tornando, aos poucos, um político “estadualizado”, não mais apenas de Rio Verde. Espera-se dele voos mais altos. Seu projeto, para o qual trabalha, é disputar mandato de deputado federal em 2022, por isso se aproximou do prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (Democratas), porque planeja sair da cidade com uma votação consagradora. Os votos dos demais municípios serão mais de consolidação da eleição, esperam seus aliados.
O fato é que, desde que assumiu a presidência da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira ganhou uma imagem mais ampla. Portanto, se for candidato a senador ou a vice-governador em 2022 ninguém deve estranhar. Porque mostrou que é um articulador hábil e confiável.
Faltou em Goiânia a presença ostensiva do vice-governador Lincoln Tejota, presidente do Cidadania. Talvez porque o partido tem um candidato a prefeito, Virmondes Cruvinel. Mas o que se espera de um vice é que articule politicamente para o governador, porque, se o fizer, também estará articulando para si, porque, afinal, pretende continuar como vice a partir de 2023…