“Nasce aqui hoje o Hospital de Câncer de Goiás e, se Deus quiser, será o mais bem estruturado para atender a região e todas as pessoas que necessitem de tratamento de qualquer lugar do Brasil”, anunciou o governador Ronaldo Caiado, nesta terça-feira (11/05), durante vistoria à área que vai abrigar o complexo para tratamento da doença, em Goiânia. O terreno está localizado na rua Doná Todica, esquina com a rua Amélia Rosa, no Residencial Barravento, próximo à Ceasa.
O terreno tem 136,4 mil metros quadrados e foi doado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ao Estado de Goiás. Caiado agradeceu o apoio do Governo Federal. “A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, teve toda a sensibilidade em nos ouvir, junto com toda a diretoria da Embrapa, e entender que aqui é o melhor local”, lembrou.
A unidade contará com espaços para internação, ambulatório, recuperação, quimioterapia, radioterapia, cirurgia, parte robótica, leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e também áreas para abrigar familiares dos pacientes que estiverem em tratamento e que residam em outros municípios.
O governador declarou que o projeto é inspirado no Hospital de Câncer de Barretos, também chamado de Hospital do Amor. “Nossa população precisa ser tratada e muitos são obrigados a recorrer ao Hospital de Barretos”. E completou: “Isso aqui vai ser um hospital do SUS, do cidadão carente, de quem precisar, é um hospital público, que vai atender as pessoas de Goiás e de outras regiões também”.
Os trâmites da doação do espaço estão sendo conduzidos pela Secretaria-Geral da Governadoria. “Nós estamos apoiando todo o trâmite para garantir que tenhamos, o mais rápido possível, esse terreno garantido para que possamos iniciar o projeto e a obra desse que será o maior complexo hospitalar de tratamento de câncer da Região Centro-Oeste”, disse o titular da SGG, Adriano da Rocha Lima.
Secretário de Saúde de Goiás (SES), Ismael Alexandrino, também vistoriou a área e garantiu que o Estado promoverá a estruturação necessária para construir e manter a unidade oncológica. “Aqui, nesse terreno, é o local da pedra fundamental. O que há de excelência no mundo nós vamos trazer para o Estado de Goiás”, disse.
Presente na vistoria, o presidente do Hospital do Amor, localizado em Barretos, no interior de São Paulo, Henrique Prata, ressaltou que a unidade de saúde precisará de suporte de todas as esferas da sociedade. “O projeto tem que ser virtuoso e ter apoio do Estado e da sociedade civil. Temos que fazer um hospital completo, com prevenção, tratamento, ensino e pesquisa. Senão, não vai tratar o câncer como deve ser tratado”, pontuou.
A arquiteta, responsável pela implantação do projeto, Carla Vilhena Darahem, afirmou que o espaço é adequado para a construção do novo hospital. “A área é maravilhosa, nós estamos entusiasmados. Temos uma vista fantástica. Isso é importante para o paciente que está em tratamento, ter um lugar agradável, com alto astral. Acho que a gente tem tudo isso aqui”, completou.
Combate ao câncer
Até junho de 2019, qualquer paciente com câncer teria de ser encaminhado para uma unidade especializada fora da sua região. Na maior parte, Goiânia era o destino de quem era diagnosticado com a doença. Com a regionalização da saúde, o Governo de Goiás mantém diversas estruturas dedicadas ao tratamento.
Entre elas estão o Hospital Padre Tiago, em Jataí, que possui um convênio com o Estado, desde 2019, no valor de R$ 11 milhões por ano. O repasse mensal é de R$ 911.349,48. A unidade conta com sete leitos de UTI e realiza cirurgias oncológicas e serviços de quimioterapia.
Também desde 2019, os repasses ao Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, foram fortalecidos. Hoje, o pagamento mensal para custeio de serviços ambulatoriais para assistência oncológica é de R$ 1.805.618,00, que totaliza R$ 21.667.416,00 por ano.
Em Uruaçu, o Hospital do Centro-Norte Goiano, que hoje atende exclusivamente pacientes infectados pela Covid-19, será referência oncológica na região, após a fase crítica da pandemia. No sul do Estado, em Itumbiara, ainda há o planejamento de instalação de centro oncológico dentro do Hospital São Marcos, cuja gestão é do Governo de Goiás desde 2020.
Além disso, o Governo de Goiás já investiu em duas policlínicas regionais, localizadas em Posse, no Nordeste goiano, e Goianésia, no Centro-Norte. Ambas contam com carretas da prevenção aos cânceres de mama e de colo de útero. Ligadas às policlínicas, as Unidades Móveis de Prevenção ao Câncer são estruturas que desenvolvem ações nos municípios que compõem a região de abrangência da unidade de saúde.
A carreta oferece exames de mamografia e papanicolau a todas as mulheres que se enquadrem nos critérios de inclusão e que residam na região, com objetivo de monitorar o programa de rastreamento e prevenção ao câncer. Todo esse trabalho também viabiliza o diagnóstico precoce, que eleva a chance de cura a 95%.
Uma terceira policlínica está em fase de conclusão para que seja inaugurada, neste semestre, em Quirinópolis destinada ao atendimento da população que vive na região Sudoeste de Goiás.