Alessandra Leite da Silva foi destituída do cargo de delegada da Caixa de Assistência aos Advogados (Casag) da OAB Goiás em Inhumas depois de resistir à pressão para apoiar a pré-candidatura do presidente da Casag, Rodolfo Otávio Mota, ao comando da OAB-GO.
Em entrevista ao Goiás 24 Horas, Alessandra conta que essa pressão foi exercida pela secretária-geral da Casag e braço direito de Rodolfo, Valéria dos Reis Menezes. Alessandra diz que deixou claro, desde a primeira conversa, que não poderia apoiar Rodolfo porque a dona do escritório em que ela trabalha, Euster Pereira, é pré-candidata a presidente da subseção de Inhumas no grupo de Rafael Lara Martins.
“Desde que eu comecei a ser pressionada, vi que os interesses da coletividade haviam se perdido. O interesse maior é angariar apoio para eleição na OAB-GO. Mas, para ser sincera, eu me senti até aliviada imaginando a pressão que eu poderia estar sofrendo nesse processo eleitoral”, afirma Alessandra.
A agora ex-delegada relata que teve duas conversas com Valéria. Na primeira, a secretária-geral da Casag teria dito que precisava de Alessandra para “encabeçar” campanha de Rodolfo no município e que, para que ela permanecesse no cargo, seria importante que declarasse apoio ao projeto político do presidente da Casag. Alessandra respondeu que isso não aconteceria. “Valéria me pressionou a montar chapa em Anápolis e eu disse que não tinha condições para isso. Então, ela respondeu: ‘aí vai ficar dificil, inviável, porque a gente precisa trabalhar a Casag nesse sentido. E eu respondi que não’”, conta a ex-delegada.
Na segunda e última conversa, Alessandra diz que Valéria já chegou a Inhumas com o ofício de destituição em mãos. “Ela foi ao escritório da dra. Euster, onde eu trabalho, e logo em seguida foi à subseção da OAB de Inhumas para nomeação do meu substituto, o doutor Tarcísio Rosa”, afirma.
“É um completo absurdo. A gente vê que a estrutura da Casag vai ser toda voltada para um projeto eleitoral. Não existe nenhuma outra finalidade diferente dessa”, completa a ex-delegada. Ela conta que ouviu Valéria dizer que a OAB Goiás “está se apropriando das coisas que a Casag fez, como se a Casag fosse um órgão independente da atual gestão”.
Falta de apoio
Alessandra relata dificuldades para trabalhar como delegada há meses, por causa da sua decisão de não apoiar o projeto político de Rodolfo Otávio. Ela diz que estes obstáculos foram colocados pelo presidente da subseção de Inhumas, Jeferson de Paula Coutinho.
No ano passado, por exemplo, Alessandra estava dedicada a realizar uma campanha de vacinação de advogados contra H1N1. Ela diz que requereu o auditório da subseção de Inhumas, mas o pedido foi negado e ela teve que realizar a ação em um espaço próprio. “O presidente da subseção nunca abriu as portas para mim e para a presidente da ESA, a doutora Mirella”, lamenta Alessandra.