terça-feira , 5 novembro 2024
Goiás

Fieg participa de encontro de empresários com Bolsonaro para discutir retomada da indústria

Em evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (07/12), em Brasília, com participação de comitiva da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), empresários de todo o País e integrantes do governo, foram apresentadas ao presidente Jair Bolsonaro 44 propostas para retomada da indústria e geração de emprego. As sugestões abrange as áreas de tributação, eficiência do Estado, financiamento, infraestrutura, meio ambiente, inovação, educação, comércio exterior, relações de trabalho e micro e pequenas empresas.

Para o vice-presidente da Fieg André Rocha, o Brasil vive um momento delicado na economia devido à desindustrialização. “Uma das grandes causas do momento difícil que o Brasil enfrenta é a desindustrialização e, durante a pandemia, nós vimos a importância de valorizar cadeias produtivas importantes. Diante disso, a CNI propôs a retomada do crescimento e da geração de empregos com a volta e reindustrialização do Brasil”, disse.

Após análise do desenvolvimento industrial no Brasil nos últimos dez anos, o presidente da CNI, Robson Andrade, explicou que a indústria de transformação brasileira encolheu, em média, 1,6% ao ano. Além das perdas em relação a manufatura e exportações nacionais e mundial, Robson destacou que a indústria tem sofrido quedas no ritmo de evolução.

“As disfunções enfrentadas diariamente pelas empresas afetam com mais intensidade os fabricantes de bens de capital e de produtos de consumo duráveis, que são segmentos dinâmicos, de maior complexidade tecnológica e com impacto significativo sobre a produtividade e no emprego. Em dez anos, a participação desses ramos no valor adicionado da indústria de transformação recuou de 24% para 19%”, afirmou o presidente da CNI.

Ainda em meio à pandemia da Covid-19, André Rocha destacou o otimismo em relação à industrialização do Brasil em 2022, no entanto, reforçou a necessidade de vencer alguns desafios para retomada. “Temos algumas ameaças e momentos de incertezas, mas estamos afastando algumas dificuldades, como crise hídrica e energética, esperamos ter um melhor ambiente de negócio para que o País volte a crescer e sabemos que essa retomada da industrialização no Brasil é uma política de médio prazo. Então, temos que começar agora para fincar alguns fundamentos para que, aos poucos, consegamos reconsolidar algumas cadeias produtivas e ativar algumas outras que hoje não existem”.

O vice-presidente da Fieg reforçou a necessidade de manter aproximação entre o setor produtivo e o governo federal e ressaltou contribuição da Fieg nas sugestões às propostas. “É importante a aproximação do governo para que junto dele nós possamos conseguir criar um ambiente melhor e mais competitivo para as indústrias brasileiras. A Fieg contribuiu com sugestões e vive essa ansiedade de um melhor momento de competitividade para as indústrias goianas também”, afirmou.

Durante o encontro, o presidente da CNI entregou documento com as propostas ao presidente da República, que repassou as sugestões ao ministro Paulo Guedes para avaliação dos projetos. Em seu discurso, Bolsonaro destacou a dificuldade de empreender no Brasil. “Como é duro ser patrão no Brasil. Os investidores não podem viver sob a sombra da incerteza, com insegurança jurídica. Quem emprega são vocês, nós somos devedores de favores para vocês. Quem cria a massa de empregados, quem gera riqueza no Brasil são vocês. Não podemos dificultar”, afirmou.

Segundo Paulo Guedes, o governo tem trabalhado para que o Brasil volte a crescer industrialmente, na esteira de uma Reforma Tributária. “Das 44 propostas, nós já estamos trabalhando há quase dois anos em umas 40 delas. Fizemos mandala do custo Brasil, que é realmente de R$ 1,5 trilhão, então temos que fazer a Reforma Tributária”, salientou.

Diante das propostas apresentadas pela CNI, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes, disse estar otimista com a evolução do Brasil no ramo da construção nos próximos anos. “Vamos ver o Brasil de 2024 em diante se transformar em um grande canteiro de obras, com o que está sendo plantando agora”, garantiu.

Propostas apresentadas

O documento foi elaborado com base em subsídios das federações estaduais de indústria, das associações da indústria, da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) e de reuniões com empresas coletados durante o ano e refinados em reuniões dos fóruns e conselhos temáticos da CNI e do Fórum Nacional da Indústria (FNI).

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