Contra ontem, a favor hoje
• Em 2021, Bruno Peixoto, então líder do governo Caiado, e Talles Barreto, na época no PSDB e opositor aguerrido, estavam do mesmo lado: contra a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO).
• A proposta foi apresentada por Henrique Arantes (MDB), por meio de uma PEC que buscava dissolver o órgão. Peixoto e Barreto defenderam o TCM como essencial, elogiaram seu papel institucional e ajudaram a enterrar a matéria, que acabou arquivada.
Chantagem e retrocesso
• Mas eis que, como num episódio de humor político, a dupla ressurge em cena — agora com outra estratégia: ameaçar implodir o mesmo TCM que defenderam. Segundo O Popular, trata-se de chantagem pura: querem pressionar o conselheiro Valcenôr Braz a se aposentar fora de época, para que Talles Barreto, agora líder do governo Caiado e com prestígio em queda, assuma a vaga no tribunal.
A incoerência institucionalizada
• O que antes era “defesa da moralidade pública”, agora virou moeda de troca no balcão de negócios do plenário. A bipolaridade parlamentar dos dois não é mais surpresa — é rotina.
• Se em 2021 protegeram o TCM, em 2024 ameaçam demolir o órgão, como quem muda de figurino entre um ato e outro da mesma comédia política.
E afinal, senhores Bruno e Talles…
• O que mudou de lá pra cá? A Constituição? Os princípios? Ou só as ambições e os interesses pessoais? Seria o TCM-GO tão útil assim quando não serve para lhes oferecer uma cadeira?
Cristiano Silva
Editor