A gestão do vereador Anselmo Pereira (PSDB) como presidente da Câmara Municipal está perto de completar um mês e, por enquanto, redunda numa tremenda decepção. Anselmo não avançou um milímetro sequer na promessa de abrir a caixa-preta e moralizar o poder Legislativo, que hoje é referência em negócios obscuros e transações mal-contadas.
Maior exemplo disso é o site da Casa – o pior entre todos os sites de Câmaras de Vereadores de Capitais no Brasil. O acesso aos demonstrativos financeiros é dificultado de todas as formas possíveis e exige, do goianiense, paciência de Jó. Informações sobre processos licitatórios são atualizadas com velocidade de tartaruga. O departamento de jornalismo é um fiasco e a transmissão das sessões plenárias – quando não cai – é feita numa telazinha de meia polegada, com qualidade de áudio e vídeo péssima.
A combinação de corporativismo com falta de transparência foi a marca da passagem do vereador Clécio Alves (PMDB) pela Presidência da Câmara. Esta mistura indigesta abriu margem para episódios como a licitação milionária para dedetização e extermínio de pombos – talvez a mais cara da história de Goiânia. O obscurantismo também permitiu que o uso de carros oficiais se transformasse numa verdadeira farra, que só veio a público porque o filho de Clécio se acidentou num destes veículos quando voltava de uma bebedeira de madrugada.
Na dura cruzada em favor da transparência, Anselmo vai ter de escolher um lado. Por enquanto, optou pelo pior. Ou ele muda logo ou sentirá o peso e a insatisfação da população.