Em acordo firmado nos bastidores da Câmara Municipal de Goiânia, o presidente da Casa, Anselmo Pereira (PSDB), aceitou o pedido do ex-presidente Clécio Alves (PMDB) para manter a parede de vidro que foi construída para “proteger” os vereadores da revolta da população que, volta e meia, ocupa as galerias da Casa.
Com o gesto, Anselmo pretende estreitar os laços com o grupo político que afundou a Câmara na pior crise moral de sua história, e que conta, além de Clécio, com os vereadores Célia Valadão (PMDB), Carlos Soares (PT), Izídio Alves (PMDB), Paulo Borges (PMDB) e Paulinho Graus (PDT). Este é o mesmo grupo que Anselmo atacou e prometeu destituir de poder durante a eleição da Mesa Diretora, em janeiro deste ano.
Promessa furada.
A parede foi construída logo depois que os servidores da Secretaria Municipal de Educação ocuparam o plenário da Câmara e resolveram lá permanecer até que o prefeito Paulo Garcia (PT) respeitasse o acordo feito com a categoria e que a base de vereadores aliados à prefeitura se comprometesse a parar de aprovar projetos que vinham cortando benefícios salariais dos professores.
A parede de vidro é o símbolo máximo do afastamento entre a Câmara e o povo e do servilismo dos vereadores com relação ao prefeito.
É este símbolo que Anselmo vai manter.