Em artigo no Jornal Opção, o mais experimentado comentarista político de Goiás, Afonso Lopes, avalia as consequências políticas da situação de caos que perdura no Detran há mais de um mês.
“É evidente e inegável que alguma coisa não funcionou bem numa suposta migração de sistemas de informática que o Detran teria realizado durante o recesso que se impôs. Foi um tempo pra lá de razoável, mesmo contando com os tantos feriados prolongados entre as comemorações de Natal e Ano-Novo. A direção do órgão explicou que a base de informações reúne bilhões de dados, mas mesmo assim fica muito difícil entender porque se levou tanto tempo para um resultado tão catastrófico. Até parece que a mudança foi analógica, manual, e não digital, realizada por máquinas que fazem bilhões de cruzamentos de informações por minuto. A Nasa, por exemplo, deve ter um banco de dados zilhões de vezes maior que o Detran, e também deve ter promovido inúmeras migrações de sistemas desde seu início nos anos 1950/1960, mas nunca se teve qualquer informação de que a agência espacial dos Estados Unidos ficou tanto tempo assim para promover qualquer modernização. E, o que é ainda pior, que depois de tudo pronto, deu xabu na hora de colocar a coisa toda pra funcionar”, escreve o jornalista.
Afonso Lopes conclui que o Detran está em débito com a população goiana. “Detran deve mesmo explicações, tanto aos seus milhares de usuários como ao Palácio das Esmeraldas e à população em geral”, explica. E arremata com uma advertência: “Até porque a falha geral no sistema pode suscitar dúvidas sobre outras questões, tão ou mais graves que as filas. Por exemplo, se o sistema de documentação implantado é absolutamente confiável para evitar manipulações criminosas no futuro”.
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