“A confusão criada pelo reajuste da tarifa do transporte coletivo de Goiânia de R$2,80 para R$3,30 evidenciou como todos os atores do cenário equivocam-se quando o assunto é política tarifária para a área. A surpresa do reajuste embute uma condição absurda em que o usuário do transporte é obrigado a pagar por gratuidades dadas pelo Estado e pela Constituição. É mais do que evidente que o modelo tarifário implantado em 2008, na licitação conduzida na gestão de Iris Rezende como prefeito de Goiânia, é um grande erro”.
É o que afirma o comentarista e radialista Altair Tavares, em seu artigo semanal na Tribuna do Planalto, quando analisa a crise desencadeada pelo aumento da tarifa de ônibus da região metropolitana de Goiânia – que agora é a terceira mais cara do Brasil. Altair é um jornalista que sempre se aprofundou na questão do transporte coletivo, tradicionalmente defendendo as empresas e as decisões do prefeito Paulo Garcia para o setor.
A licitação que Iris fez, quando estava na Paço Municipal, também foi citada pelo governador Marconi Perillo, há poucos dias, quando deu entrevista explicando que a responsabilidade pelo aumento da tarifa para R$ 3,30 seria muito mais da Prefeitura de Goiânia – que detém a maioria das 11 cadeiras com direito a voto na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo, que autorizou o reajuste.
Segundo Altair, as gratuidades são justas e não podem ser eliminadas do sistema de transporte coletivo, atendendo a um direito inquestionável dos idosos, das crianças com até 12 anos ou dos portadores de necessidades especiais, dos militares e dos funcionários dos Correios, mas o custo desses beneficiários não pode ser debitado na conta do usuário comum.