Em uma manchete 100% incorreta e – por que não dizer com clareza? – também desonesta, O Popular sugere neste sábado que a polícia foi informada pelo próprio serial killer Thiago Henrique, dois anos atrás, sobre a sua identidade e responsabilidade pelos assassinatos.
Não é verdade.
E o próprio texto publicado pelo jornal esclarece: a carta recebida pela polícia, atribuída agora ao serial killer, era anônima. Ou seja: alguém dizia ser responsável pelos crimes em sequência, mas não se identificava nem fornecia qualquer pista sobre a sua pessoa. Mesmo assim, O Popular concluiu que o assassino “avisou” a polícia ou, então, como está escrito em um outro trecho da reportagem,”confessou”.
Mas como considerar um”aviso” ou uma”confissão” formulados de forma anônima? Isso O Popular não explica, preferindo passar a visão – injusta – de que a polícia foi “avisada” e não se mexeu.O que também não é verdade: a polícia, com base na correspondência anônima, efetuou investigações e foi inclusive à agência dos correios onde a carta foi postada, mas não apurou nada de concretos porque as câmeras de vigilância não estavam funcionando.