Em uma colocação injusta, descabida e desonesta, a repórter política Fabiana Pulcineli censura nesta segunda, em O Popular, a presença de Helenir Queiroz, que comanda a Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás, nos protestos deste domingo, em Goiânia, contra a presidente Dilma Rousseff e a corrupção do PT.
O problema é que falta autoridade moral a Fabiana Pulcineli para criticar ações políticas ou partidárias de quem quer que seja – e Helenir Queiroz, longe disso, apenas esteve justificadamente em um protesto da sociedade, sem o envolvimento de nenhuma legenda ou facção política.
Ao contrário, na campanha do ano passado, Fabiana Pulcineli (com o conhecimento da editora-chefe de O Popular, Cileide Alves) participou da execução de pesquisas qualitativas encomendadas pela campanha de Iris Rezende ao instituto Verus.
Pior: na sequência, ajudou, juntamente com Cileide, na interpretação dos resultados dessas pesquisas, levando o PMDB a investir na estratégia de acusar o governador Marconi Perillo de “autoritário”. As duas jornalistas não revelaram aos leitores de O Popular o envolvimento que tiveram com a campanha irista. Sintomaticamente, O Popular apostou pesado na suposta repercussão de um desenho animado mostrado nos programas do PMDB, em que Marconi era caracterizado como um “rei mandão”.
Por muito menos, o Grupo Jaime Câmara demitiu o apresentador Marcelo Rosa, que seria ligado a uma produtora que prestava serviços profissionais – e não de estratégia política e partidária – para um órgão do Governo do Estado, a Agetop. O caso de Fabiana Pulcineli – e até da editora-chefe Cileide Alves – é muito mais grave porque as duas, em resumo, forneceram assessoria a uma das campanhas, sem nada revelar para os leitores de O Popular, sendo, portanto, legítima a pergunta: será que a cobertura de O Popular foi isenta, como convém a órgão de imprensa do seu peso?
Helenir Queiroz nos protestos merece elogios, especialmente por mostrar que um órgão classista pode ser atuante e identificado com os anseios da sociedade. Ninguém é mais prejudicado no Brasil, hoje, pelos Governos do PT, do que o setor empresarial, que paga o preço dos altos impostos, do tarifaço, da inflação alta e da deterioração do ambiente econômico.
A presidente da Acieg, portanto, é mais. E jornalista que posa de vestal, mas pisoteia os princípios éticos da profissão, é menos