O fim dos jornais impressos, que atraem cada vez menos interesse do público diante da antecipação dos fatos e notícias pela internet, é um fenômeno mundial que pode ser comprovado também pelo manuseio de O Popular, o mais importante jornal de Goiás, em sua edição deste domingo.
Primeiro, do ponto de vista jornalístico, O Popular mais uma vez não traz novidades nem nada de interessante. A manchete principal, pasmem, informa que “é possível ganhar dinheiro mesmo na crise”. Segundo, em toda a edição, incluindo o primeiro caderno, os suplementos Magazine, Almanaque e TV e o caderno de classificados, só aparecem dois anúncios pagos – um da PUC e outro das Casas Bahia. Juntos, não somam o espaço de uma página inteira.
Em compensação, são publicados 9 anúncios do próprio Grupo Jaime Câmara, exaltando seus próprios veículos de comunicação e, inclusive, duas páginas com o balanço da TV Anhanguera. Claro, são anúncios gratuitos, que, no total, neste domingo, totalizam um espaço correspondente a mais de cinco páginas – sem retorno financeiro.
O Popular é vítima do desinteresse das maiores faixas da população pela leitura de notícias impressas. Leitores abaixo de 45 anos nem chegam perto, preferindo acompanhar os fatos pela internet. Junto, levam os anunciantes, que correm atrás das camadas com maior poder de consumo, isto é, o público jovem. A previsão corrente, hoje, é que, em 10 anos, no máximo, os jornais impressos estarão extintos.