De dois meses para cá, quem lê O Popular passou a notar que as páginas do jornal estão quase escorrendo sangue.
Ocorre que o diário do Grupo Jaime Câmara intensificou a cobertura policial e passou a dar manchetes sucessivas sobre crimes e tragédias violentas que acontecem em Goiânia. Trata-se de uma mudança editorial que, é óbvio, tenta aumentar a circulação do jornal,em uma época em que a velocidade da comunicação via internet ameaça seriamente a imprensa escrita, em todas as partes do mundo.
De veículo de elite, portanto, O Popular está passando à condição de efetivamente honrar o seu nome e se tornar um jornal popular.
A mudança, atribuída ao diretor Maurício Duarte, significa uma derrota para o ex-diretor Luiz Fernando Rocha Lima, o Nando, e a atual editora-chefe Cileide Alves – que formaram, no passado recente, o grupo que orientava a linha editorial de O Popular e preferiam orientar o jornal para uma linha de denúncias contra a classe política, expondo, ao mesmo tempo, as mazelas sociais e econômicas do Estado.
Não deu certo e O Popular, hoje, é o contrário do que Nando e Cileide Alves imaginaram. Nando, que não tem formação em jornalismo, está fora do processo, depois de destituído das funções que exercia na área editorial do Grupo Jaime Câmara e relegado a uma diretoria-sinecura do GJC. Cileide Alves sobreviveu como editora-chefe, mas fazendo o que não gosta de fazer, isto é: recheando as páginas de O Popular com reportagens policiais e fotografias em tamanho grande, porque, como se sabe, a nova orientação do jornal supõe que leitores não gostam de ler ou, quando gostam, preferem matérias sanguinolentas.
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