A prefeitura de Goiânia escalou a jornalista Lourdes Souza, uma das mais experientes do seu time de assessores, para tirar leite de pedra em uma entrevista com Murilo Ulhôa, que foi alçado à presidência da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) sem entender absolutamente nada do assunto.
O problema é que nem a boa quilometragem de Lourdes conseguiu transformar a entrevista sem pé nem cabeça de Murilo em um artigo jornalístico palatável.
Nota-se com, clareza, que novo presidente da CMTC não sabia do que estava falando.
Murilo disse, por exemplo, que o transporte coletivo em Goiânia passou por sensíveis melhoras nos últimos 12 meses.
Ora, quem anda de ônibus sabe que não é verdade.
Para começar, Paulo Garcia e as empresas concessionárias cometeram a covardia de aumentar a passagem em pleno carnaval de 2015, com objetivo de evitar protestos.
E engana-se quem pensa que o aumento resultou em avanços na qualidade do serviço. Veja o que disse editorial do jornal O Popular do último dia 27 de maio: “No caso específico de Goiânia, (…) existem seis mil pontos de embarque de ônibus, e há cobertura em apenas 40% deles. Além do desconforto para o usuário, não há nesses pontos nenhuma informação sobre as linhas que transitam por eles”.
Sem falar no desrespeito costumeiro nos horários estabelecidos nas planilhas de ônibus, que nunca são respeitadas. O usuário está sempre à deriva (veja aqui o comentário do jornalista Jordevá Rosa sobre esse assunto).
A escolha de Murilo para CMTC teve a clara intenção do prefeito Paulo Garcia (PT) de contemplar o PMDB de Maguito Vilela, para quem Murilo trabalhou como assessor. Não foi embasada, de modo algum, por critérios técnicos.
Foi uma escolha que mostra que o prefeito não trata o transporte coletivo com seriedade.
Clique aqui para ler a íntegra da entrevista de Lourdes Souza com Murilo Ulhôa.
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