Os dois únicos trunfos do presidente da Agetop, Jayme Rincón, que alimenta o projeto de se candidatar a prefeito de Goiânia pelo PSDB, nunca tiveram efeito em toda a história das eleições na capital: o perfil de tocador de obras e a condição de “amigo” do governador do Estado.
Ser ou não um “tocador de obras” ou um “gestor” nunca teve influência decisiva em qualquer eleição para a Prefeitura de Goiânia, desde a década de 40. Em sua maioria esmagadora, os prefeitos que foram eleitos pelos goianienses nunca se caracterizaram como administradores: os jornalistas Jaime Câmara e Venerando de Freitas, os políticos Parateca e Daniel Antônio, os professores Nion Albernaz, Darci Accorsi e Pedro Wilson, os médicos Hélio de Brito e Paulo Garcia e assim por diante.
Iris Rezende seria uma exceção, mas nem tanto: na sua primeira eleição, na década de 60, era deputado estadual; nas seguintes, em 2004 e 2008, apresentou-se mais como um ex-governador se dispondo a assumir um cargo menor, o de gerente de Goiânia, levando à tiracolo a sua imagem de tocador de obras.
O segundo trunfo de Jayme Rincón também nunca produziu efeitos ao longo da história eleitoral da capital: o fato de ser “amigo do governador”. Tradicionalmente, o candidato do governo do Estado perde a eleição para prefeito da capital, onde o eleitorado gosta de exibir, a cada pleito, duas características – a independência em relação ao poder estadual e a ousadia de escolher nomes descomprometidos com a situação política dominante.
Portanto, se o presidente da Agetop quiser disputar e ter chances de ganhar a Prefeitura de Goiânia, é preciso mais do que o exibido até agora.