Um dos nomes que mais chamam atenção na lista de empresários convocados a depor na CEI da Câmara de Vereadores que investiga fraudes na liberação de alvarás para grandes construtoras de Goiânia é o de Ilézio Inácio Ferreira.
Ilézio é, há anos, a figura central no relacionamento entre o grupo político do prefeito Paulo Garcia (PT) e as grandes empreiteiras da Capital. Além de dono da construtora Consciente, ele já foi presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). Se os vereadores souberem interrogá-lo bem, podem trazer à luz informações cabulosas. Ele é uma caixa preta à espera de alguém astuto para abri-la.
Graças à interlocução de Ilézio, as construtoras prestaram enorme serviço em favor da reeleição de Paulo Garcia. Ato contínuo, o prefeito encaminhou à Câmara de Vereadores, pouco depois de eleito, um projeto de lei que desregulamentava o Plano Diretor de Goiânia e afrouxava regras para autorização de novos empreendimentos. Estudos de impacto de vizinhança, por exemplo, que deveriam ser documentos obrigatórios e balizadores, se tornaram meros detalhes.
A partir de então, a prefeitura autorizou uma grande variedade de empreendimentos sem se preocupar com o impacto que causariam para cidade. Coube ao Ministério Público se levantar contra a farra preta.
Em um destes episódios, que tratava de um prédio de 17 andares na confluência das ruas T-36 e T-25, a promotora Alice Ferreira deu um senhor puxão de orelha no prefeito: “não se pode conceber que sua instalação seja autorizada sem a mensuração dos impactos que o empreendimento acarretará à população circunvizinha e ao já ‘caótico’ trânsito daquele setor”.
Ilézio está no centro de tudo isso. Repetimos: se os vereadores souberem inquiri-lo com competência, muitos detalhes obscuros do processo de crescimento desordenado da nossa cidade poderão ser esclarecidos.
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