A Câmara Municipal ainda aguarda, pacientemente, o relatório pertinente à investigação que a Secretaria de Educação prometeu abrir quando surgiram denúncias de desvio de dinheiro e alimentos da merenda escolar entregue aos alunos da rede municipal de ensino.
O balanço final da apuração deveria estar nas mãos dos vereadores desde o dia 23 de junho, mas até agora a secretária municipal de Educação, Neyde Aparecida, ainda não se manifestou.
Há forte indícios de que a prefeitura estaria comprando alimentos, mas que estes não estariam chegando, de fato, às escolas. De acordo com dossiê de Elias Vaz, há uma discrepância “enorme” entre o relatório global que foi entregue pela SME e os relatórios apresentados pelas escolas.
Em novembro de 2014, por exemplo, a SME informou que adquiriu 101.330 quilos de carne bovina, no entanto, apenas 56.935 quilos foram efetivamente entregues. Ou seja, quase 50% desses alimentos não chegaram às unidades de ensino. Foi apresentada ao vereador uma compra de 71.372 quilos de coxa e sobrecoxa de frango, ao passo que as escolas teriam recebido apenas 11.395 quilos. Já a diferença entre o adquirido de peito de frango, 25.735 quilos, e o entregue, 9.933 quilos, supera a marca de 60%.
“Eu, pessoalmente, fui às escolas e fiquei chocado. Roubar alimento de criança é um absurdo! Tenho certeza que 90% da população carcerária do Cepaigo [Penitenciária Coronel Odenir Guimarães] não teria coragem de fazer isso”, lamentou Elias Vaz, que garantiu, ainda, que vai fazer a denúncia à Polícia Federal — por se tratar de uma verba que vem do Governo Federal.
Os documentos elencados pelos parlamentares mostram dados preliminares de novembro de 2014 a abril deste ano, quando pelo menos 190 mil quilos de carne teriam sido comprados pela secretaria — comandada por Neyde Aparecida (PT) –, mas não chegaram às escolas da rede municipal.