O leitor que está de queixo caído com as revelações já trazidas à tona pela incipiente CEI das Pastinhas, na Câmara de Vereadores de Goiânia, deve se preparar para emoções ainda mais fortes.
A trama que envolve o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), servidores públicos municipais e grandes construtoras deve ganhar contornos ainda mais dramáticos com o início das oitivas dos empresários supostamente beneficiados pelo esquema, até chegar no auge com os depoimentos do ex-secretário de Planejamento e hoje deputado estadual Francisco Júnior e do próprio Iris.
A pergunta que Iris terá de responder é: como e por que ele permitiu que os funcionários da Seplam atropelassem critérios técnicos e distribuíssem alvarás para construção para qualquer um que pedisse, como se Goiânia fosse uma cidade sem lei?
O que fazia o prefeito no momento em que as construtoras aliciavam arquitetos da prefeitura com o objetivo confesso de acelerar a tramitação de processos na prefeitura – o que é imoral, apesar da indiferença que alguns desses funcionários demonstraram ao relatar este cenário na CEI?
Será que Iris vai usar aquela velha estratégia de dizer que não sabia de nada, como fez o ex-presidente Lula no episódio do mensalão?
Independente do que diga, ele merece ser judicialmente responsabilizado pela farra de boi que aconteceu na prefeitura debaixo do seu nariz.