O ex-secretário municipal de Planejamento Sebastião Ribeiro de Sousa escapou pela tangente em praticamente todas as perguntas que os vereadores fizeram para ele na Comissão de Inquérito (CEI) que investiga fraudes na emissão de alvarás para grandes construtoras entre 2007 e 2010, ou seja: durante a administração do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB).
Roberto depôs na manhã desta sexta-feira. A resposta padrão dele para os questionamentos era: “fiz tudo na forma da lei” ou “todos os processos que eu assinei estavam em conformidade com a legislação vigente”. Ele não tratou com objetividade nenhum dos fortes indícios de irregularidades que envolvem o seu nome.
Roberto não explicou, por exemplo, em que circunstâncias ele assinou a liberação de alvará para um processo do grupo Flamboyant/Opus Construtora com a data de 22 de outubro sendo que o documento só chegou à sua mesa no dia 3 de novembro. Ele não disse se foi chamado a outro local e recebeu pressões políticas para liberar a autorização.
O ex-secretário garantiu também que não sabia que servidores da Seplam, responsáveis por fiscalizar edificações, eram constantemente contratados por construtoras (debaixo do seu nariz) para suposta prestação de serviços, o que configura conflito de interesses e afronta a Lei de Improbidade Administrativa.
O presidente da CEI, vereador Elias Vaz (PSB), irritou-se com o comportamento reticente de Sebastião Ribeiro e disse que preferia o silêncio do depoente a respostas tão evasivas. “O senhor está brincando com a nossa inteligência. Deveria ter se resguardado o direito que tem de ficar calado, porque não nos respondeu nada”.