Depois de atirar um tablet contra o deputado Talles Barreto, o deputado Major Araújo disse a jornalistas, em alto e bom som, que queria “rachar a cabeça dele no meio” e só não conseguiu esse objetivo porque foi contido por colegas parlamentares e pela segurança da Casa.
Pior: Major Araújo, oficial da PM, sempre foi metido a valentão no plenário da Assembleia e repetidamente tentou intimidar os colegas procurando se valer da força física – muito embora, por duas vezes, tenha se calado quando a reação se mostrou à altura, como ocorreu nos confrontos que teve com José Vitti e Francisco de Oliveira, dois deputados não recuaram diante dos gritos do parlamentar-militar e o forçaram a engolir a prosopopeia do “sou mais homem que você”, “vamos lá pra fora resolver”.
Pois bem. Mesmo assim, a Assembleia, pela mão do seu presidente, Helio de Sousa, não tomou até agora nenhuma providência. O caso é tecnicamente perfeito para a apreciação da Comissão de Ética, recentemente criada, que tem poderes para punir qualquer um dos membros do Legislativo caso haja a constatação de que infringiram as exigências de decoro obrigatórias para o Poder – e não há dúvidas de que Major Araújo está sujeito a sanções, por contrariar, com a sua atitude violenta, o mínimo que se espera de um deputado em matéria de comportamento durante uma sessão pública, no sagrado espaço do plenário da Assembleia.
Só que, por enquanto, nada. Acorda, dr. Helio.