“Se momentos difíceis vivi, não me lembro deles”. Foi o que disse o prefeito Paulo Garcia (PT) neste sábado, em um acesso de amnésia, em entrevista ao Jornal Opção.
Infelizmente, a população goianiense não é dotada da mesma capacidade de sublimar os tristes momentos que a cidade viveu – e continua vivendo – durante a administração do petista. Tampouco nós, do blog.
Por isso fizemos uma breve retrospectiva com os episódios mais macabros da era Paulo Garcia, para que ele próprio se lembre que entrará pela história pela porta dos fundos e será lembrado como o pior prefeito que Goiânia já teve.
Confira:
Plano Diretor
Logo nos primeiros meses de 2012, Paulo Garcia mandou para Câmara um projeto de lei que intencionava afrouxar o Plano Diretor de Goiânia. O objetivo era claro: desregulamentar as normas para edificações na Capital, saciar a fome do mercado imobiliário e pagar a fatura que o PT tinha com as construtoras, que deram vultosas colaborações para campanha de 2012 ($$$$). Com as mudanças, permitiu-se erguer mega-prédios em bairros já saturados, como Coimbra, Oeste, Sul e Jardim América, e em locais que eram destinados à preservação ambiental – notadamente na região Norte da cidade, próximo ao campus da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Coleta de lixo
Em 2013, Paulo Garcia deu calote milionário nas empresas que trabalham na coleta de lixo da Capital. A cidade ficou imunda. Toneladas de restos tomaram conta da paisagem urbana, espalhando chorume e mal cheiro por toda parte. Ratos e baratas ficaram fãs do prefeito. Esta crise até hoje não foi definitivamente solucionada.
Marajás da Comurg
No segundo semestre de 2013, uma grave crise explodiu na prefeitura: os supersalários da Comurg. Denunciada pelo vereador Elias Vaz, as supostas irregularidades tornaram-se ampla investigação do Ministério Público e teve repercussão nacional. O presidente da Companhia, ligado a Iris Rezende, Luciano de Castro, foi afastado e teve seus bens indisponibilizados. O escândalo também atingiu o ex-chefe de Gabinete de Iris, João de Paiva Ribeiro.
Fichas sujas
Na campanha de 2012, Paulo Garcia prometeu que, se fosse eleito, não abrigaria na prefeitura nenhum político ficha suja, ou seja, condenado pela Justiça. Era mentira. A atual secretária de Educação é Neyde Aparecida, que já foi condenada por uso eleitoreiro da estrutura de cargos da Comurg. Neyde contratou um exército de comissionados que, em 2010, mostrou-se muito útil na sua eleição para deputada federal.
Operação Jeitinho
Também foi na gestão do prefeito Paulo Garcia que o Ministério Público e a Polícia Civil deflagraram a Operação Jeitinho, que desarticulou um esquema de cobrança de propina para liberação de licenças ambientais na prefeitura. Estão sob investigação pelo menos dois vereadores da base do prefeito: Paulo Borges (PMDB) e Wellington Peixoto (PMDB).
Venda de áreas públicas
Com o apoio acrítico da base de vereadores aliados, o prefeito Paulo Garcia (PT) aprovou na Câmara Municipal projeto de lei que o autorizou a vender terrenos da prefeitura que, a princípio, deveriam ser usados para construção de creches, postos de saúde, bibliotecas, escolas e outros prédios para usufruto público. Foi mais uma manobra para agradar os empresários do ramo imobiliário. Por ora, e felizmente, a desafetação está suspensa por decisão judicial provocada pelos vereadores de oposição.
Iluminação de Natal
Logo após as eleições de 2012, a equipe do prefeito Paulo Garcia anunciou que Goiânia não teria iluminação de Natal naquele ano. Alegação: falta de recursos da Comurg. A crise afetou o humor das entidades empresariais, que fez a prefeitura voltar atrás.
Lei Moreirinha
Para satisfazer empresários e potenciais doadores de recursos para campanha eleitoral de 2012, Paulo Garcia empurrou goela abaixo, na Câmara Municipal, projeto de lei que autorizava a desafetação de uma enorme área no Setor Coimbra, que seria utilizada para expansão predatória do supermercado Moreirinha – que virou Hipermercado, com H maiúsculo.
Greves
A partir de 2013, a prefeitura de Goiânia foi foco de movimentos grevistas. Os grupos que se rebelaram cobravam acordos passados e salários. Professores, integrantes da Guarda Civil, agentes de trânsito e servidores da saúde mostraram insatisfação. A greve ou protesto mais grave partiu dos professores que invadiram a Câmara Municipal de Goiânia. O fato teve repercussão nacional: bandas de punk invadiram a casa para realizar show e apoiar o movimento.
Ofensiva contra professores
Paulo Garcia ganhou o título de inimigo número um dos professores depois que ordenou o corte de uma série de gratificações salariais da categoria, em especial o auxílio-locomoção e o adicional de insalubridade, que representavam um alívio para profissionais que precisam sustentar famílias com um salário baixíssimo. Os professores se organizaram e ocuparam a Câmara para dizer que não tinham culpa pelo rombo financeiro causado por Paulo, Iris e sua turma. Declararam greve, mas não adiantou nada. O prefeito continua insensível aos apelos do magistério.
Túnel lavajato
As administrações de Paulo Garcia e do seu antecessor, Iris Rezende, também são marcadas por obras de infraestrutura frágeis, que se desfazem como cascas de ovo. Dois exemplos disso são o viaduto da T-63, construído por Iris e que já está sem boa parte das placas metálicas de revestimento; e o túnel da avenida Araguaia, feito às pressas pelo petista para ser inaugurado (com show da banda Jota Quest) no aniversário de Goiânia, em 2013. Dias depois da festa, o túnel estava inteiramente alagado. Ganhou o apelido jocoso de Túnel Lavajato.
Crise política
Paulo Garcia é obrigado a se desdobrar duas frentes de batalha: contra a própria base e contra a oposição. Perdeu o apoio de três dos quatro vereadores do PT (Tayrone Di Martino, Felisberto Tavares e Djalma Araújo) e obteve inesperadas derrotas dentro da Câmara, como na votação do projeto de lei que previa aumento do IPTU em 2013.
Crise financeira
É o problema mais grave de todos. Paulo Garcia realizou reforma administrativa tendo em vista minorar um déficit que foi estipulado pela própria Prefeitura em R$ 300 milhões, mas a reforma foi mínima porque o prefeito cedeu a pressões políticas contrárias à extinção de cargos e benefícios. Existe ainda um déficit mensal que já deve ter aumentado em pelo menos 40% a dívida total da administração.
Aumento do IPTU
Em 2013, de uma hora para outra, Paulo Garcia surgiu com a proposta de aumentar o IPTU de Goiânia em mais de 30%. Seria um aumento linear no imposto, que afrontava a lógica porque estava muito acima da inflação. Paulo sofreu uma derrota fragorosa na Câmara, com a deserção inclusive de dois vereadores da sua base: Felisberto Tavares (PT) e Tatiana Lemos (PCdoB). Até novembro deste ano, uma nova proposta deve ser votada na Câmara.
#PauloInRoma
A assessoria de imprensa do prefeito criou essa hashtag para dar popularidade à visita que Paulo Garcia (PT) fez a Roma, no primeiro semestre de 2015, e que deveria culminar com um encontro e uma foto dele com o Papa. Antes da viagem, ele disse que havia sido convidado para “discutir sustentabilidade” com o Sumo Pontífice. Balela: não conseguiu chegar a 50 metros de distância do Papa Francisco. Vexame total.
Viagens, viagens e mais viagens
Mal chegou de Roma, onde passou vergonha, Paulo Garcia já arrumou suas malas outras vez. O destino foi Washington, nos Estados Unidos. De novo ele insistiu naquela conversinha fiada de que viajaria para “discutir sustentabilidade”, mas a verdade foi que ele estava afim de passear. Afinal de contas, quem quer ouvir Paulo Garcia arrotar sobre sustentabilidade depois de saber o que ele apronta em Goiânia?
Calote do consignado
Quase 25 mil servidores da prefeitura de Goiânia estão com o nome sujo na praça por causa da irresponsabilidade do secretário municipal de Finanças, Jeovalter Correia, e do prefeito Paulo Garcia (PT). A prefeitura está descontando o dinheiro dos empréstimos consignados diretamente do salário dos servidores, mas não está repassando a grana para os bancos credores há pelo menos três meses. O resultado dessa bagunça é a negativação do nome dos servidores.
Chacina de árvores
No prolongamento da avenida Goiás Norte, sem nenhuma consulta a quem quer que seja, a administração de Paulo Garcia promoveu um verdadeiro “desmatamento”, destroçando centenas de árvores para criar corredores para a circulação de… carros. Paulo também atacou palmeiras imperiais da avenida 85 e árvores da alameda Botafogo.
Destruição da Praça do Relógio
Há tempos a icônica Praça do Relógio, no Jardim Goiás, está abandonada pela prefeitura de Goiânia e deixou de ser bem cuidada e florida. Com o argumento de que vai melhorar o trânsito na região, Paulo Garcia destruiu mais um pedaço verde da cidade. Detalhe interessante: quem pagou pela obra foram os empresários do shopping Flamboyant.
Aumento de IPTU, mais uma vez
Alheio à grave crise econômica que solapou o País, o prefeito Paulo Garcia prepara nova investida para aumentar o IPTU de Goiânia. Desta vez, o projeto é ainda mais macabro do que nos anos anteriores: prevê a redução do imposto cobrado sobre lotes caros, vazios e não residenciais (cujos donos, em geral, são ricos empresários) e o aumento da alíquota cobrada sobre imóveis residenciais. Esta proposta deve chegar à Câmara Municipal ainda neste mês de outubro.