Os economistas brasileiros são unânimes ao dizer que uma das principais causas do desarranjo econômico que solapa o País é o inchaço da máquina pública. Os nossos governantes têm o costume de aumentar as estruturas administrativas para contemplar aliados, criar mais cargos e atender circunstâncias políticas. Quem paga a conta por esses exageros é o povo.
A crise deveria dar cabo a este comportamento nocivo da classe política. Mas, a julgar pelo noticiário, o Brasil não vai aprender essa lição.
A Câmara Municipal de Goiânia acaba de aprovar um projeto do prefeito Paulo Garcia (PT) que reajusta em até 25% o IPTU da cidade. É algo desumano se analisarmos o cenário atual. A base do prefeito diz que, sem o aumento, a prefeitura não vai continuar funcionando.
Mas por que os amigos do prefeito não dividem conosco o ônus da crise? Por que não reduzem as benesses, cortam cargos comissionados e enxugam a máquina administrativa? Porque não querem e porque a eleição municipal se avizinha. Estão agarrados às suas sinecuras e delas não abrem mão nem sob força de vara.
Reajustar o IPTU nesse momento de crise é mais do que desumano; é criminoso.