Desde a última sexta-feira (19), circula pela cidade de tornozeleira eletrônica o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Goiânia (SindiGoiânia), o advogado Mauro Zica Júnior – que na foto aparece que camisa azul.
Zica é ligadíssimo ao empresário Vanderlan Cardoso (PSB) e o assessorou nas duas vezes em que foi candidato a governador (2010 e 2014). O grupo de sindicalistas ligados a Mauro Zica inclusive bancou um candidato a deputado federal nas últimas eleições, e que também aparece na foto, à esquerda de Vanderlan: João Domingos.
De acordo com o delegado Breynner Vasconcelos, adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Ações Criminosas (Draco), Zica era um dos líderes do esquema de corrupção, ao lado do presidente do SindiGoiânia, Carlos Antônio Alencar (Carlão) e do presidente da Federação dos Servidores Municipais, Sandro Pereira Valverde.
As outras pessoas que teriam participação no suposto esquema de desvio de contribuições sindicais são: Mauro Zica Neto, filho de Mauro Zica Júnior, Silvana do Carmo Silva, Luís Paulo Alves Calaça e Maria Aparecida Alves de Jesus.
“Acreditamos que o presidente Antônio Carlos, Mauro Zica Júnior e Sandro são os cabeças. Acreditamos que a tornozeleira foi a medida mais adequada. Estão proibidos de frequentar as instituições, de sair de Goiânia, de frequentar as entidades sindicais, em caso de ocorrência de outro caso concreto, será representado pela prisão preventiva”, explicou o delegado.
“A partir de 2008 houve uma série de desvios da conta do sindicato para a conta de terceiros, valores milionários”, conta o delegado. “Em uma conta foi movimentado mais de R$ 16 milhões, em outra R$ 6 milhões, R$ 8 milhões. Por isto acreditamos que a movimentação irregular é em cerca de R$ 30 milhões. Queremos descobrir para onde foi este dinheiro. A quantidade de saques em espécie foi muito grande”.
A grana do sindicato é oriunda da contribuição compulsória dos servidores, no valor de 1% do salário de todos eles. Existem 10 mil servidores hoje no município que contribuem com o SindiGoiânia. O dinheiro, de acordo com a polícia, financiou mais de 140 viagens internacionais, a aquisição de automóveis de luxo, uma fazenda e um apartamento.