Pergunta retórica é aquela que o próprio interlocutor responde depois de formulá-la. E aqui vai uma pergunta retórica: por que só no último ano de mandato o prefeito Paulo Garcia (PT) demitiu 100 servidores comissionados da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg)? Se o enxugamento é tão crucial para a empresa, porque não foi feito antes?
Eis a resposta: porque Paulo Garcia precisava dos cargos para acomodar a companheirada, para comprar o silêncio de rebeldes e arregimentar o apoio de vereadores aliados na Câmara Municipal. É a velha política do toma-lá-dá-cá, que ele aprendeu com seu padrinho, Iris Rezende (PMDB).
Agora que está no último ano de gestão e suas perspectivas políticas são nulas, Paulo extingue os cargos e se coloca como alguém que está tomando medidas duras para salvar a Comurg. Ocorre que, na verdade, o prefeito não se preocupa com a Comurg: desde junho ele promete intervir na companhia, mas nunca fez nada.
E é importante dizer que Paulo Garcia está no cargo desde 2010. Ou seja: já são seis anos como chefe do poder Executivo municipal.