Em artigo no caderno de opinião do Diário da Manhã, a jornalista Marina Remy analisa a decisão do deputado federal Delegado Waldir de deixar o PSDB e avalia a carta-justificativa que ele enviou ao partido.
Marina Remy é filha do articulista e polemista Helvécio Cardoso e mostra, com o seu texto deste sábado, que puxou a veia intelectual e incendiária do pai e pode ser até melhor.
“A carta enviada por Waldir ao presidente do Diretório Municipal do PSDB de Goiânia, ataca todo mundo. O texto é confuso, muito mal escrito. Mostra uma personalidade incoerente, sem a menor experiência de vida partidária. Revela um político vaidoso em extremo, destituído do mais elementar espírito de partido”, diz a jornalista.
Ela continua: “Waldir cometeu um erro estratégico que lhe foi fatal. Erro a que foi levado por uma vaidade que o cegou combinada com sua absoluta inexperiência política. Ele acreditou que o PSDB é um partido nanico, em que o dono da sigla decide soberanamente quem é ou não candidato. Ele acreditou que Marconi seria um líder autoritário, com vocação para cacique, a decidir solitariamente a linha de sua agremiação”.
Marina Remy explica que, “ainda que o governador tivesse a prerrogativa de decidir, sem apelação, o nome do candidato do partido – prerrogativa que, aliás, ele nunca fez questão de ter –, caberia a Waldir construir sua candidatura por esta via. Caberia a ele buscar apoio interno, buscar consenso em torno de seu nome, forçando o governador a indicá-lo para estar em consonância com o sentimento partidário. Mas nem isto ele fez. Filiar-se a um partido é estar a serviço de uma causa que transcende o interesse individual. Na cabeça de Waldir, o PSDB e o governador estão a serviço da causa dele, uma causa individual que transcende o interesse partidário”.