O amplo direito ao contraditório, apesar de ser necessário, obriga os jornais a publicar muita baboseira e muita conversa para boi dormir.
Exemplo disso é a explicação que o secretário de Saúde da prefeitura de Goiânia, Fernando Machado, deu para o fato de ter transferido para a esposa, Vanessa Gomes Maciel, há dois anos, cotas de uma empresa de UTI que agora é investigada por suspeita de corrupção: “Estava sem tempo para acompanhar os negócios”.
O leitor acredita neste papo furado?
De acordo com documentos e provas levantadas pelo Ministério Público, a Organização Aparecidense de Terapia Intensiva Ltda. (Oati) era uma das 18 empresas que pagavam propina a médicos, enfermeiros e motoristas do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) para ter prioridade na hora de receber pacientes na UTI.
Fernando segue no cargo de secretário municipal.