Imagine-se no lugar de Sandra Eliane Gonzaga, a mãe do estudante de engenharia que morreu ao chocar sua moto com um veículo que fazia conversão indevida na rua. Imagine também que dois passageiros deste veículo fugiram do local para, na opinião da Polícia, resguardar a imagem de um deles, que é político. Por fim, imagine este político dizendo: “Sou tão vítima como todos os outros”.
É com esta situação que Sandra convive no momento. Se ela está conseguindo acompanhar o noticiário sobre o caso, viu o vereador Paulo Borges (PR) dizer que – é importante repetir – se considera tão vítima do acidente quanto o filho dela, que morreu.
Pior ainda: Paulo considera que o seu erro foi ter entrado em um carro da Prefeitura para fins particulares. Ou seja: o fato de não ter ficado no local para prestar socorro a Bruno Alexandre não foi, para ele, um erro.
Paulo Borges é candidato à reeleição. O outro passageiro que fugiu é o assessor dele, jornalista Thiago Vieira.