O deputado federal Delegado Waldir (PR) despencou nas pesquisas de intenção de voto. O novo levantamento feito pelo instituto Ibope – e divulgado na última sexta-feira – o relegou ao bloco de coadjuvantes na disputa, que enfim polarizou entre Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB). Quais fatores explicam a desidratação de Waldir, tratado como potencial fato novo na eleição antes de ela começar?
A mãe de todos os erros cometidos por Waldir é seu desprezo pelo diálogo com as outras forças políticas de Goiás. Com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais e a maior votação da história em eleição para deputado federal, em 2014, Waldir cometeu o pecado da soberba. Pensou que não precisaria se aliar a ninguém para faturar a prefeitura. Sem acordos, Waldir entrou na disputa sem estrutura e sem um bom tempo de televisão. Para vice, indicou a inexpressiva Rose Cruvinel, que não agrega absolutamente nada à sua chapa. O desprezo de Waldir pela classe política é tamanho que ele brigou até com a presidente do seu partido, deputada Magda Mofatto.
Com pouco tempo de exposição na televisão, o deputado-delegado não tinha o direito de errar. Mas errou. Vagueou entre a linguagem agressiva e a excessivamente leve no programa do horário eleitoral gratuito. Insistiu no tema da segurança pública, que afinal de contas não pautou a disputa – como chegou-se a pensar que pautaria. No jornal O Popular, especialistas o criticaram por conta da viabilidade baixa das suas propostas e o eleitor percebeu esta fragilidade. Com tantos erros, o castelo de cartas de Waldir finalmente ruiu.
Resta saber se o delegado conseguirá sustentar os 13% de intenção de voto que ainda lhe restam. Se cair demais, sua reeleição ficará em risco.