A vereadora Célia Valadão (PMDB), que neste domingo não conseguiu se reeleger, talvez seja o grande símbolo da mediocridade da atual legislatura na Câmara Municipal de Goiânia. Célia passou os últimos quatro anos desafiando a inteligência do eleitor. Ontem, levou troco.
Em janeiro de 2013, Célia estreou como líder da bancada de vereadores aliados ao prefeito Paulo Garcia (PT). Guiou, com frieza assustadora, o rolo compressor que viabilizou a aprovação de um projeto de lei que desmontou o Plano Diretor da Capital, autorizando construções em margens de nascentes da região Norte da cidade e a hiperocupação de bairros já densamente ocupados, como os setores Sul e Marista, o que a longo prazo causará danos irreversíveis ao trânsito da cidade.
Célia – e o seu parceiro Clécio Alves – foram os arquitetos de manobras maldosas na Câmara, como a que objetivava a aprovação da proposta de aumento de até 25% no IPTU da Capital. Foi ela também que convenceu os colegas a votar contra o dispositivo que impedia o prefeito Paulo Garcia de cortar gratificações de professores da rede municipal de ensino, sob o argumento covarde de que todos têm de dar sua contribuição para acabar com o endividamento do município.
Depois de três anos de subserviência leal ao prefeito, Célia virou a casaca e passou a fazer oposição ao petista porque as pesquisas indicavam que a popularidade dele estava resvalando no chão. Pensou que o eleitor a perdoaria por apunhalá-los nas costas anos a fio e votaria nela por ser contra esta administração que aí está. Trocando em miúdos: pensou que você, leitor, fosse bobo.
Célia, a vereadora que interrompeu uma sessão para declarar a morte de Nelson Mandela quatro meses antes de sua morte de fato, não nos dará mais o desprazer de abrir as sessões plenárias da Câmara com sua cantoria desafinada. O goianiense a mandou para casa. Que pague por todo mal que nos fez deliberadamente.