Um grupo de médicos ligados ao prefeito eleito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), tenta convencê-lo a manter no cargo o atual secretário de Saúde, Fernando Machado, cuja esposa é sócia de uma das empresas investigadas pela operação S.O.S. Saiu, deflagrada pelo Ministério Público no dia 21 de junho deste ano. A informação é da coluna Giro, do jornal O Popular (veja a nota).
A operação do MP apura suposto esquema de pagamento de propina a servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia, em decorrência do encaminhamento irregular de pacientes de planos de saúde para UTIs de hospitais privados. Fernando Machado era um dos donos da Organização Aparecidense de Terapia Intensiva Ltda. (Oati), um das 18 empresas que foram alvos de mandado de busca e apreensão.
O secretário foi cotista da Oati entre 2012 e 2014, no dia 17 de novembro de 2014, ele passou as cotas para o nome da esposa, a médica Vanessa Gomes Maciel. O secretário explica que fez isso porque, apesar de não ser o gestor ou administrador da empresa, estava sem tempo para acompanhar os negócios. “Tive de canalizar 100% do meu tempo na secretaria. A partir disso, passei a não acompanhar mais de forma alguma”, afirma. A tarefa está, desde então, sob a responsabilidade de Vanessa, que é, inclusive, quem consta como administradora dos demais negócios da família.
O faturista que prestava serviços à Oati, Edison da Conceição Filgueiras Júnior, chegou a ser preso na operação do MP, suspeito de pagamento de vantagem indevida a socorristas do Samu. O secretário e a esposa possuem outras duas empresas que se enquadram no perfil de investimentos e participações: FMVM Participações Ltda. e a Brigadeiro Participações e Investimentos Ltda. Juntas, elas equivalem, segundo o Quadro de Sócios e Administradores (QSA) do site da Receita Federal, a um capital social de mais de R$ 2,6 milhões.
Por que os médicos ligados a Iris querem tanto mantê-lo no cargo é um mistério, talvez não tão difícil de se esclarecer.
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