Na coluna Giro, em O Popular, nesta segunda-feira nublada, o deputado estadual Major Araújo faz suspense e diz que ainda vai decidir se assume ou não o cargo de vice-prefeito, para o qual foi eleito na chapa de Iris Rezende.
Mas é suspense de mentirinha, leitor amigo.
Até as pedras portuguesas do calçamento da Assembleia Legislativa sabem que Major Araújo não vai assumir a vice-prefeitura. Ora, como deputado estadual ele tem acesso a uma série de vantagens financeiras, que, no Paço Municipal, seriam substituídas por um único salário de aproximadamente R$ 24 mil.
R$ 24 mil, para os nobres parlamentares estaduais, é dinheiro de troco.
Major Araújo recebe 16 ou mais salários por ano (na Prefeitura seriam só 13), verba de gabinete em torno de R$ 40 mil mensais, tem direito a preencher uma batelada de cargos que passa de R$ 60 mil e se esbalda com mais vantagens financeiras que ninguém, em Goiás, sabe ao certo a que valores ascendem, já que a Assembleia costuma cobrir o seu guichê de pagamentos com um pesado manto de segredo.
Logo, Major Araújo, que não é bobo, jamais abriria mão desse generoso pacote de regalias em troca de um mísero salário de R$ 24 mil no Paço Municipal e, o pior de tudo, a pesada sombra de Iris. Ele apenas não tem coragem de dizer as coisas abertamente.