Em contagem regressiva para deixar o cargo de prefeito de Goiânia e possivelmente encerrar a sua carreira política, Paulo Garcia (PT) está usando o pouco poder que lhe resta para eleger o vereador Milton Mercêz (PRP) presidente da Câmara, em eleição que acontece em janeiro do ano que vem.
Para coordenar a articulação, Paulo designou o secretário de Governo do município, Osmar Magalhães. O prefeito eleito Iris Rezende (PMDB) tem pavor à ideia de ter de tratar com Milton Mercêz pelos próximos dois anos, mas a boa notícia para Iris é Osmar é reconhecido como um péssimo negociador e como um dos responsáveis pela aprovação popular pífia de Paulo Garcia.
Aos 63 anos, Milton está a caminho do quarto mandato no Legislativo da Capital. Tinha ligações históricas com o grupo do deputado federal federal Jovair Arantes (PTB), mas rompeu e desfiliou-se do PTB no ano passado. Trata-se de um dos 13 vereadores que conseguiram resistir ao avassalador processo de renovação de quadros na Câmara Municipal nas últimas eleições.
Milton não é um político conhecido por defender causas ou bandeiras importantes para a população. Tanto é que está na vida pública há pelo menos 12 anos e nunca foi apontado como alguém com credenciais para concorrer a um cargo majoritário. Recentemente, sugeriu que Goiânia deveria “agradecer” ao empresário Ilézio Ferreira, dono da construtora Consciente, pela iniciativa de construir o Nexus – empreendimento imobiliário que vai inviabilizar de vez o trânsito nos setores Oeste, Marista e Jardim Goiás.
Ele também é um dos 20 vereadores que votaram a favor do último reajuste do IPTU, em dezembro de 2015. Além de Milton, também estão fortes na disputa pela presidência da Câmara, por ordem alfabética, Andrey Azeredo (PMDB), Clécio Alves (PMDB), Dra. Cristina (PSDB) e Paulinho Graus (PDT).