A cerimônia de posse do novo prefeito e novos vereadores de Goiânia foi presidida pelo vereador Jorge Kajuru, na condição de mais votado, que, por decisão própria, quebrou o protocolo e decidiu que ninguém falaria em nome dos membros da Câmara Municipal que estavam assumindo.
Mas, falando feito o homem da cobra (expressão que designa vendedores ambulantes da época dos mutirões de Iris Rezende, ou seja, meados do século passado, que falavam sem parar e usavam uma cobra viva para atrair os passantes, usada aqui em homenagem ao novo prefeito), Kajuru acabou ocupando todos os espaços e aparecendo mais do que qualquer outro vereador.
Foi malandragem, portanto, a proibição arbitrária que ele baixou para que nenhum vereador falasse, só ele.
Pior: Kajuru disse, em uma das suas muitas intervenções, que “o povo deseja ação e não palavras ao vento”, frase apropriada a quem atua no Poder Executivo. No Poder Legislativo, o grande instrumento de trabalho dos seus componentes é a palavra, seja escrita, seja oral.
Repetindo: foi uma velhacaria de Kajuru que mais uma vez diz quem ele é, sob o manto do falso moralismo.