Não há como negar, nem mesmo entre os seus amigos e assessores mais próximos, que o octogenário Iris Rezende é um político e administrador aferrado ao passado, com pouca intimidade e pouco gosto pelas modernas ferramentas de gestão.
Um anacronismo, enfim.
Ao assumir a Prefeitura de Goiânia pela quarta vez, Iris mostrou-se mais determinado do que nunca a repetir velhas soluções dos tempos de antanho, como, por exemplo, os mutirões, que ele vive repetindo que vai ressuscitar, “convocando” a cidade inteira a se juntar aos “operários” municipais para realizar os serviços públicos essenciais – que, hoje, estão fazendo falta até mesmo em setores rotineiros como a coleta de lixo ou a correção dos buracos no asfalto das ruas e avenidas.
Mas essa estratégia não vai funcionar. Há pouco mais de 6 anos, em 2010, Iris entregou a Prefeitura funcionando até bem para o seu sucessor Paulo Garcia, embora completamente defasada do ponto de vista da tecnologia e da inovação. Sequer uma rede de computadores existia no final daquele mandato do velho cacique peemedebista – para economizar R$ 600 mil, ele vetou a implantação de uma rede de dados conectando toda a estrutura administrativa do município.
De lá para cá, apesar do pouco tempo, o mundo mudou ainda mais. A velocidade das transformações, que antes caminhavam ao ritmo de séculos, passou para décadas, chegou a anos e hoje – diz um experimentado especialista em modernidades, o internet-man Carlos Willian, da revista Bula – o que é novo passa a ser velho às vezes em apenas meia hora.
Iris nunca teve um início de mandato tão lento e cheio de ziguezagues como o atual. Ele, claramente, mostra descompasso com a realidade dinâmica dos dias de agora e declaradamente insiste em caminhos que funcionaram remotamente, porém tornaram-se incompatíveis com o acelerado tempo presente.
Está correndo o risco de tornar-se uma caricatura de si mesmo.