O que era esperado como uma grande festa para esta sexta-feira, quando, em um evento na a sede da Federação das indústrias do Estado de Goiás (Fieg), será assinado um convênio de colaboração entre a Prefeitura de Goiânia e o CODESE – Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia, pode acabar como um fiasco.
É que o CODESE, que se auto-intitula como defensor dos interesses da sociedade civil na formulação de políticas públicas para o desenvolvimento de Goiânia, está sendo acusado por um grupo de pelo menos 13 vereadores de se alinhar apenas com os interesses do setor imobiliário – principalmente com vistas às discussões sobre o novo plano diretor da cidade, em 2017.
Parece haver fundamento nessa acusação. Para começo de conversa, o próprio site do CODESE admite que o órgão é “impulsionado pelo Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO), em parceria com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-GO) e o Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi-GO)” – ou seja, basicamente por entidades que cuidam dos interesses das construtores e incorporadoras de imóveis que atuam em Goiânia.
Não à toa, o CODESE se estrutura em várias câmaras temáticas, a maioria delas dirigidas por nomes ostensivamente ligados ao setor imobiliário.
Estranhamente, o CODESE – que se auto-investe no papel de debatedor das políticas públicas para a capital que são, maciçamente, de responsabilidade da Prefeitura de Goiânia – aclamou Iris Rezende, assim que foi eleito no ano passado, como seu presidente de honra. Isso, liminarmente, esvazia qualquer posicionamento do órgão supostamente em defesa da sociedade civil nas questões que dizem respeito à ação da prefeitura.