A vereadora Tatiana Lemos (PCdoB), relatora do projeto de autoria do prefeito Iris Rezende (PMDB) que dá anistia fiscal a devedores milionários de Goiânia, afirma que deu parecer favorável à proposta depois de fazer uma “enquete”, sinalizando que o povo era simpático à medida.
O que é isso, companheira?
Enquete, ela deve saber, não tem valor científico – diferente de pesquisas, montadas a partir de amostras que representam fielmente o todo. Numa enquete qualquer um pode responder. Então, por exemplo, a vereadora pode ter feito uma “enquete” com os assessores do seu gabinete. Ou com os empregados da sua casa. É fácil manipular a amostra para se chegar ao resultado que se deseja.
Culpar a “enquete” pelo voto em favor da anistia para milionários é covardia. Sabe-se lá por que motivos a vereadora deu sua subscrição ao projeto, apesar de ser ironicamente filiada ao PCdoB. Mas ela que assuma os verdadeiros motivos que a levaram a dar parecer favorável.
Estes milionários devedores de impostos são tradicionais doadores de dinheiro para campanhas eleitorais. Para quem sabe ler, pingo é letra.
A proposta de Refis alternativa, que Tatiana rejeitou, previa desconto escalonado na dívida. Quem devesse menos, teria desconto maior. A ideia era privilegiar os pequenos devedores, as pessoas mais pobres, que uma vez ou outra não pagaram o IPTU de casa, em vez dos magnatas.