Anunciada para o mês de dezembro, a desincompatibilização de secretários que pretendem disputar as eleições do ano que vem representa oportunidade única para governador Marconi Perillo (PSDB) chacoalhar setores da administração que há muito tempo deixaram de produzir bons resultados para o seu governo, em especial a Educação, a área social e a de Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente (reunidas na Secima).
Sob o comando da deputada estadual licenciada Lêda Borges (PSDB), a Secretaria Cidadã tem sido torpedeada com críticas de parlamentares da base aliada, que afirmam que os investimentos e programas da pasta foram direcionados para atender os interesses políticos da secretária.
A Secretaria de Educação, que em 2014 apresentou resultados que ajudaram Marconi a se reeleger, está paralisada pelo debate ideológico entre os favoráveis à implantação da gestão de escolas por Organizações Sociais (OSs) e os contrários. A própria secretária Raquel Teixeira deu reiteradas pistas de que é contra o modelo proposto pelo governador, apesar de defendê-lo em público.
O caso da Secima é mais grave. Além de não apresentar resultados na pasta, o secretário Vilmar Rocha ainda decidiu ocupar o tempo com entrevistas estabanadas. Nelas, Vilmar ameaça o governo com a promessa de tirar o PSD da base aliada se o projeto pessoal dele, de ter uma vaga na disputa ao Senado, não for contemplado. Projeto pessoal, é importante frisar. Porque o resto dos deputados do partido está satisfeito na base aliada.
Ainda que Marconi não admita, ele deve estar satisfeito com a saída destes três secretários do governo. Em três anos, trouxeram a ele muito mais problemas do que boas notícias.