A denúncia formalizada nesta segunda-feira contra o ex-presidente Lula e o ex-ministro-chefe da Casa Civil Gilberto Carvalho por suspeita de corrupção passiva, em 2009, menciona a existência de uma organização criminosa que objetivava a prorrogação de benefícios fiscais do governo federal para montadoras de veículos sediadas da região Centro-Oeste. O principal líder desta organização criminosa, de acordo com o Ministério Público Federal, era Paulo Arantes Ferraz, ex-presidente da Mitsubishi em Catalão, Goiás.
Diz a denúncia: “Paulo Ferraz foi o principal articulador da associação criminosa, pelo fato de que na sua gestão como presidente da Caoa abriu frente de discussão e reuniões não apenas com Mauro Marcondes Machado, mas também com Eivany Antônio da Silva, com José Ricardo da Silva e com o presidente da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Foi ele quem assinou o contrato com a Marcondes & Mautoni, como presidente da MMC, em 11 de novembro de 2009, e fez os primeiros pagamentos à M&M, autorizando notas fiscais em nome dessa empresa, tendo feito, em 7 de dezembro de 2009, a transferência aproximada para M&M no valor de cinco milhões, quatrocentos e dezenove mil, conforme documentos constantes nos autos”.
A denúncia do MPF afirma que a M&M, cujo dono era Mauro Marcondes Machado, era a empresa intermediária que viabilizava o pagamento de propina das montadoras ao então presidente Lula e ao ex-ministro Gilberto Machado.