Gosta de esportes radicais? Aventure-se então pelas ciclovias de Goiânia. Reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal O Popular mostra que a administração do prefeito Iris Rezende (PMDB) abandonou-as à degradação, num ato de irresponsabilidade que acarreta não só a perda do dinheiro público que foi investido ali na época do ex-prefeito Paulo Garcia (de quem já sentimos saudade), mas também riscos à integridade física dos ciclistas.
A reportagem, assinada por Vandré Abreu, revela que os adeptos das bikes e grupos de pedal têm participado de frequentes reuniões com o secretário municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), Fernando Santana, mas o resumo de toda conversa até aqui é: bastante enrolação e pouco resultado.
Os ciclistas se dispuseram a encaminhar ao secretário as rotas ciciáveis desenhadas em 2015 e entregues ao Paço Municipal, num projeto que até o ano passado estava dividido entre a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e a SMT. Fernando Santana fez cara de paisagem e prometeu estudar o assunto. “A SMT se prontificou a fazer, paulatinamente, a manutenção das vias para bicicletas”, afirma a reportagem.
O Popular diz que Fernando Santana e sua equipe negaram-se a dar previsão para execução dos serviços de manutenção da ciclovia da Avenida Universitária, um dos principais pontos de acidente quando envolvem ciclistas e automóveis. Além de ter sido a primeira ciclovia construída em Goiânia, na época do ex-prefeito Paulo, foi onde também o cineasta João Henrique Pacheco se acidentou – enquanto pedalava – e morreu, em julho. As causas exatas da morte não foram reveladas, mas desconfia-se que ele se chocou com um motociclista que não viu faixa alguma pintada no chão.
“O buraco que teria causado o acidente foi consertado há cerca de uma semana, em ação da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), mas não era o único ponto em toda a extensão da ciclovia, de 2,5 km, que carecia de reparos”, diz O Popular. “Há diversas falhas e problemas no concreto da vida. Nos cruzamentos com as avenidas perpendiculares há falhas na sinalização e pintura das ruas que demonstram a passagem das bicicletas”.