O ano de 2017 foi de ouro para o presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti, a nova estrela do PSDB de Goiás. Antes um deputado ligado ao segmento empresarial sem muito jogo de cintura, ele começou a ganhar experiência política como líder do governo no Legislativo.
A escola foi boa: com a cancha adquirida nos bastidores e nos embates do plenário, abriu caminho sem maiores atropelos para a presidência da Assembleia, que galgou com apoio da unanimidade dos colegas deputados.
Empresário bem-sucedido na área da mineração, revelou-se habilidoso e conciliador, mas também firme e enérgico quando necessário na cadeira número 1 do Palácio Alfredo Nasser. As qualidades de Vitti são muitas e e ele fecha o ano como um dos políticos mais influentes de Goiás.
Dele se diz que é bom gestor e livrou a Assembleia da rotina de escândalos que marcou as gestões de seus antecessores. Um levantamento publicado em novembro passado pela Folha de S. Paulo apontou que o Legislativo goiano, sob o comando de Vitti, tornou-se o mais eficiente e de menor custo do país.
Mas não é só isso: a juventude e o estilo ágil, moderno e até mesmo tecnológico também chamam a atenção e diferenciam o presidente da Assembleia no mundo cinzento da política. Nos dias em que foi governador interino, em setembro, cumpriu uma agenda consistente, demonstrou traquejo e exibiu corte executivo, tratando de questões relevantes, como a crise hídrica e os incêndios nas reservas verdes.
Nada mal para um político de 40 anos, que ocupa espaços com jeito de mineiro e já capitaliza conquistas importantes, como a eleição para a presidência do Colegiado Nacional de Presidentes de Assembleias.
Vitti planta competência e colhe simpatia em escala, tanto na situação como na oposição. O governador tucano Marconi Perillo, por exemplo, não se cansa de elogiá-lo, destacando, principalmente, a lealdade e a transparência no trabalho como presidente da Assembleia.
O líder da oposição no Legislativo, deputado José Nelto (PMDB), é outro que não economiza adjetivos para avaliar a atuação política de Vitti. “Ele é hoje o maior conciliador na política de Goiás”, diz Nelto, que reconhece a performance do presidente da Assembleia.
A influência política de Vitti não para de crescer. A prova disso foi a movimentação de fim de ano na Assembleia. Primeiro, ele resolveu enfrentar o problema crônico dos deputados gazeteiros e fez o que nenhum outro presidente teve coragem de fazer: instituiu ponto biométrico e corte do salário de quem faltar às sessões deliberativas no plenário.
Depois, comandou negociações duras e esgotou com diplomacia uma pauta congestionada com dezenas de matérias polêmicas, como o projeto do pedágio em seis trechos rodoviários estaduais.
O sucesso político de Vitti é tanto que ele é comparado ao prefeito de São Paulo, João Dória Jr., tem seu nome é falado para a sucessão de 2018. Porém, ele próprio adianta-se em descartar a hipótese ao declarar apoio ao pré-candidato da base aliadas, o vice-governador José Eliton.
Vitti, contudo, admite uma eventual postulação à prefeitura de Goiânia. O nome dele gera entusiasmo o PSDB, que historicamente não tem bom desempenho eleitoral na capital e só chegou ao comando da prefeitura uma vez com o professor Nion Albernaz.