A Justiça negou pedido de liminar do Ministério Público para afastar Fátima Mrué do cargo de secretária de Saúde da prefeitura de Goiânia. Mas ela ainda corre risco de cair após o julgamento do mérito da ação. A promotora Leila Maria dos Santos afirma que Fátima cometeu improbidade administrativa ao pagar curso de mestrado para duas servidores com dinheiro público.
“Teria que ser um médico sendo capacitado para exercer a medicina, um fisioterapeuta sendo capacitado para exercer a fisioterapia, e não pessoas de ensino médio fazendo curso de Direito, mesmo que sendo na área de Saúde”, afirma Leila.
Ana Paula Carneiro Custódio e Andréia Alcântara são assistentes administrativos da Saúde de Goiânia. As duas são concursadas e ocupam cargo de nível médio. No entanto, no ano passado, elas começaram a fazer o curso de Direito da Saúde com recursos do Fundo Municipal em uma instituição de São Paulo.
Além dos gastos com curso, o Ministério Público também descobriu que Fátima pagou para elas passagens, hospedagem e despesas com alimentação. E que mesmo depois de notificada, a prefeitura vem bancando estes gastos. Por isso a promotora pediu a suspensão dos cursos e a devolução do que foi gasto até agora.
As despesas pagas até agora chegam a R$ 57 mil e podem chegar a R$ 114 mil só com mensalidades. O MP também pediu afastamento da secretária em caráter liminar e a condenação por improbidade.
O primeiro pedido foi negado pela juíza Jussara Cristina, mas ainda falta a análise do mérito da questão.